- Isabella Swan, eu prometo te amar a cada momento da eternidade - (Edward Cullen)

“E o som do seu coração”, ele continuou, mais sério, mas ainda sorrindo um pouco. “É o som mais significante no mundo. Eu estou tão conectado a ele agora, que eu juro que poderia identificá-lo à milhas de distância. Mas nenhum dessas coisas
importa. Isso”, ele disse pegando o meu rosto nas mãos.
“Você. É isso que eu vou guardar. Você sempre será a minha Bella, só que você só será um pouco mais durável”. - Edward

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Entrevista do Rob para a revista Details

ROBERT PATTINSON FALA DA VIDA ALÉM DE TWILIGHT

Café
Faz um frio fora de época em Novembro de 2008 quando eu vou para o hotel Bowery Hotel em Nova York. Tem um jovem sentado no jardim, agasalhado em uns nove blusões pretos e usando uma toca de lã, fumando cigarros, tomando um café com leite do tamanho de sua própria cabeça, e fazendo anotações frenéticas em um script no duro frio. Eu li sobre adolescentes capazes de colocar fogo em si próprias na frente do hotel que ele estiver mas nesse momento, Robert Pattinson está aquecendo as mãos no copo do café. 

Olá, eu sou a Jenny. Acho que estou aqui para você me conferir.
“Okay. Eu sou o Rob. Um . . . você gostaria de batatas fritas? Com gravy?”
(*gravy é um tipo de molho típico do Reino Unido)
Allen Coulter, o diretor de Hollywoodland e uma força criativa por trás de The Sopranos, me mandou aqui. Ele estava pensando em fazer esse filme – não estava bem pronto ainda, mas eu deveria vir e ‘conhecer o Rob’.
Rob. Quando ele veio aos Estados Unidos, ele dormiu no sofá de sua agente e então conseguiu uma pequena parte num filme chamado Harry Potter e Alguma coisa de Alguma coisa, que arrecadou uns U$900 milhões ao redor do mundo. E daí ele fez um outro, chamado Crepúsculo, que arrecadou U$385 milhões nos cinemas e quase mais U$200 milhões em vendas de DVD nos Estados Unidos. Sucessos de bilheteria, bem como a maioria da população feminina desse planeta, seguem ele de continente a continente, alimentando uma forte paixão. 

Coulter sugeriu que eu fizesse um trababalho de re-escritura em Remember Me (para os registros, só existe um escritor creditado, Will Fetters), o primeiro filme americano em que Rob interpretará um mortal, que não é do mundo mágico, forma de vida a base de carbono do mundo terrestre – Salvador Dalí, que ele interpretou em Little Ashes, certamente não se enquadra. Do jeito que Rob rabisca nas páginas do script fica claro que ele está começando o seu próprio processo de revisão.
O rosto de Rob parece constantemente ocupado – especialmente seus olhos de caleidoscópio, que constantemente viram e dilatam, porque ele está SEMPRE pensando. Durante o ‘percurso’ do café, ele contempla Jimi Hendrix, batata frita, garotas, arte, cerveja, e seu primo o filósofo, garotas, a verdade, Deus, o seu cachorro, garotas, e a possibilidade da perseguidora dessa semana ter seguido ele desde L.A. Eu não acho que ele consegue desligar o cérebro nem se ele quisesse.
Apesar da legião de fãs que o segue de hotel em hotel, tão próximas como um exército Romano, ele não é apavorado e nem orgulhoso – ele é faminto, curioso, e sempre alcança a intelectualidade. Isso não parece uma grande coisa, mas pense no contexto: Pessoas totalmente estranhas querem te foder, te matar, ser você, comprar você, vender você, passar os dedos pelo seu cabelo, assistir você fazendo sexo, ouvir você fazendo xixi, comer batatinhas com você, e sequestrar você e colocá-lo no porta-malas de seus carros. E você? Você quer saber mais e mais e mais sobre doenças tropicais exóticas.
Eu e Rob descobrimos uma fascinação mútua quanto a sofrimentos que desfiguram e dão nojo: Ele fala de cancrum oris, no qual uma bacteria vai comendo o seu rosto até que você fica com um tipo de janela do lado da cabeça e todo o mundo vê os seus dentes; eu menciono síndrome do vômito cíclico, uma condição que faz vomitar todo santo tempo; ele se impressiona com lymphatic filariasis, onde vermes parasitas se enterram nos seus nódulos linfáticos e pode fazer as bolas incharem até o tamanho de melancias, forçando você a carregá-las em um carrinho de mão.
Nós inventamos um filme de sucesso chamado Candiru Infestation, sobre um pequeno peixe nada pela uretra e entra no aparelho urinário e se aloja no pênis e uma espécie de guarda-chuvas virada para trás abre e dispara dacoluna do bicho.
“Brilhante! Podia ser como Procurando Nemo!” disse o Rob. “E o pequeno candiru está perdido nas bolas! Pense na trilha sonora!”

Cerveja No. 1

Catorze meses depois nós estamos em Londres. Lua Nova, o segundo filme da saga Twilight, bateu um record de bilheteria com a maior estréia a meia-noite e maior arrecadação no primeiro dia de exibição. Remember Me, o drama de um jovem em crise de Rob, já está pronto. Ele tem 24 horas antes de começar os ensaios de Bel Ami, baseado no livro de Guy de Maupassant, no qual ele interpreta um emergente social que pula de cama em cama.
Ele está me esperando no bar do meu hotel. Ele pediu uma pint de cerveja e, se lembrando da minha escolha, uma Coca diet para mim. Ele tem os bons modos de um bom filho de uma boa mãe.
Ele disse que quer me levar em um restaurante em particular perto daqui, “um lugar só um pouquinho fora do caminho”. Tão fora do caminho, que depois de rodar toda Covent Garden, nós não encontramos. Ele não parece muito surpreso na verdade. Ultimamente ele tem se perdido bastante na sua própria cidade natal. Mas faz uns bons 2 anos que ele não vive mais aqui, e Londres é um inferno de confusa de qualquer maneira.
Pensando nas alternativas, nós espiamos um café lotado cheio de jovens e gente bonita, mas ele recusa. Uns minutos depois, quando chegamos a um minúsculo restaurante mexicano, e ele se arrepia um pouco. Hmm. Eu pergunto se a essa altura ele consegue sentir o cheiro de fãs enlouquecidas escondidas debaixo das mesas.
“Sim. Claro. Mas é que da última vez que estive aqui a guacamole tava estragada.”
Rob não abriu concessões de vestimenta nem para o inverno britânico mais rigoroso em 30 anos. Uma camisa de botões, uma jaqueta leve tipo as da Carhartt e sem luvas. Ele usa uma toca, talvez a mesma que ele usou em Nova York. Eu estou entrouxada parecendo o boneco da Michelin e ainda assim estou congelando. Ele está animado, inabalado, dando risadas. Me ocorre que Londres parece proporcionar a ele uma liberdade que ele não tem em Nova York ou Los Angeles. E uma noite em Londres com ruas desertas e cheias de neve, depois de uma tempestade épica que paralizou o Heathrow e fechou os trens da Eurostar, é um verdadeiro grito de liberdade.
Sem querer, nós acabamos de volta ao ponto de partida, na frente do Covent Garden Hotel. Do outro lado da rua tem uma sex shop chamada Coco de Mer. Eu menciono que dei uma passadinha ali antes (antes de ir a National Gallery, obrigada), e conto a ele sobre essa armadura corporal S&M louca que eles tem que permite você se vestir de cavalo e ter até um rabo comprido.
“Isso é tão Inglês. Quero fazer toda a entrevista usando isso, de um ponto de vista equestre”, ele diz, atravessando a rua com um interesse de mentirinha. “É sério. Como um experimento sobre a persepção do público. O lugar ainda está aberto?”

Cerveja No. 2
Estamos do lado de dentro, num canto quentinho do bar Brasserie Max do hotel, e o Rob está tomando outra cerveja. Estamos falando sobre como ele atura. “Quando eu tinha 17 anos, até uns, não sei, 20, eu tinha essa enorme e inabalável confiaça. Essa idéia bem clara de mim mesmo e de como eu chegaria ao sucesso, e que envolvia tomar decisões. Eu me via atendendo o telefone e dizendo ‘Nem pensar’ ou ‘Com certeza que sim’. Ter controle. Exceto que que você tem que descobrir se a maneira como você pensa aos 19 ou 20 anos tem algum valor. E uma hora eu entendi, com todo aquele controle, que era provavelmente ilusório, eu não estava progredindo. Então agora estou me soltando um pouco. Eu vou ficar um pouco mais sem roupa (desprotegido). Mas não hoje, porque está congelando e minhas bolas iam encolher.”
Ele pode até deixas as bolas cobertas no inverno, mas Allen Coulter disse que durante as filmagens de Remember Me, Rob se mostrou bastante: “Foi por causa do controle, para ele, no início. Mas ele queria progredir mais do que ele queria se proteger. Muito corajoso, especialmente para um jovem que tem um grande alvo desenhado em suas costas.”
Rob parece mesmo disposto a desvestir algumas carapuças e arriscar seu trono.
“Vamos ver aquela armadura? Sério, você eventualmente se dá conta que você não pode tomar absolutamente todas as decisões. Eu sempre estava criando, sempre protegendo algo. Mas ao mesmo tempo eu parecia estar perdendo a habilidade de me mover. Eu me protegia dentro de um cheque-mate. Mesmo mentalmente.” E nesse momento ele faz uma descoberta: “Eu mal me lembro dos dois últimos anos. Não no sentido de uma explosão de festas nem nada assim. Só… tem sido uma loucura. “
Aconteceram coisas surreais. Como a vez que em um evento de caridade em Cannes quando duas pessoas juntas pagaram mais ou menos U$60.000 em um leilão para que Rob desse um beijo na bochecha de sua filha. Aconteceram coisas assustadoras também, embora a idéia de ele estar realmente correndo riscos lhe parece absurda “Eu acho muito engraçado – se eu levasse um tiro, eu ficaria de fato histérico, do tipo ‘Tá falando sério? Jesus Cristo, pega o Zac Efron! Ele tem mais relevância social do que eu.’” Mas ele tem certeza de que aconteceram coisas boas também. “Teve essa vez com uns elefantes num campo de golfe em Barcelona…”
Ele viaja na lembrança. Ele se impressiona facilmente, e nesse momento ele está fascinado pelo aperitivo misterioso do bar. Parecem ervilhas de wasabi, mas não são. São coberdas de um pó apimentado e parecem pequenos nódulos. Ele está comendo todinhos.
“Nossa, isso é bom. O que é isso? Eu quero cheirar eles – limpariam a minha sinusite.”

Cerveja No. 3
A fome de Rob é mais do que simplesmente metafórica. Ele pede duas entradas – mini hambúrger com molho de tomate e cebola e mini hambúrger de frango com pasta de manga – e pra beber, outra pint. “Eu como tanto. Eu como compulsivamente. Eu venho comendo tanto serviço de quarto, e eu sempre me preocupo com isso, então escolho umas seis coisas do cardápio e como tudo.”
Ele não quer perder nada, o que ocasiona um certo arrependimento. Ele nem sempre quis ser ator. Ele foi modelo. Ele é um talentoso guitarrista e pianista que brincou de seguir os passos da irmã mais velha Lizzy na música pop. Mas ele é um tipo sério, e a sua aspiração mais séria envolve escrever discursos políticos.
“É fascinante. Você tem dois ou três minutos para influenciar alguém. Fazer com que eles te escutem. Passar a mensagem certa e talvez ela ecoe. Eu gostei bastante de fazer a divulgação para o primeiro Twilight, porque teve uma certa similaridade. Mas depois de um tempo eu comecei a ficar preocupado. Se você quer que as pessoas e escutem é bom que você tenha algo a dizer. Eu senti uma responsabilidade se ser fascinante. Você está negociando com o público. Será que isso é suficiente para eles? E isso afeta a maneira que você encara a arte.”
Arte. É ilógico pensar que ele não debe ter idéias a respeito só porque ele ajuda muitas pessoas a ganhar muito dinheiro.
“Antes, eu achava que eu não conseguia entrar em nada. Nem mesmo em mim mesmo. E agora parece um pouco que eu escalei pelo lado do meu cérebro e estou pelo menos olhando pra dentro. Mas eu sei que vai me levar pelo menos mais uns 10 anos antes que eu fique um pouco satisfeito com qualquer coisa que eu faça. Mas quando você é ator você continua tentando na esperança de se torna… ótimo. Mas daí eu penso, será que querer ser bom ou até mesmo ótimo, ou até mesmo só querer fazer arte, diminui a experiência?”
Eu me preocupo que sua cabeça vá explodir. Ele responde perguntas com perguntas. Portas que se abrem em mais portas. E isso as vezes leva a problemas com scripts: Uma vez que ele vê o ponto de vista de todos os personagens, ele frequentemente precisa dar uma distilada. O segredo é que a não ser que essa distilação de alguma forma deixe só a essência de cada personagem, só vai deixar sua imaginação correndo mais a solta. É a tal visão caleidoscópica.
Algumas pessoas conseguem ter o oceano todo a sua frente e só molhar o dedão do pé. Rob quer nadar até se afogar, e ele ainda vai tentar beber tudo antes de afundar. Seu desejo é de certa forma uma fonte de preocupação porque ele não pode contar a ninguém que ele quer mais: “Por favor não faça parecer que estou reclamando. Por favor. Eu sou o filho da mãe mais sortudo do planeta.” Ele se preocupa em parecer egoísta. Ele se preocupa em talvez ser um anti-humanista separatista esquisito porque seus momentos mais profundos foram com seu cachorro. E ele se preocupa em ser um ator que comove as massas e ainda querer mais.
“Se existe por aí – essa coisa de idéia de um espírito invisível criativo – então você é o meio pelo qual ele viaja para que as pessoas possam tocá-lo. Mas… o que te dá o direito de ser esse meio? O que te dá o direito que querer ser ele? E ainda conseguiu um agente e dizer ‘eu quero 20 milhões e uma cesta de frutas para ser esse meio, muito obrigado.
“Como ator, você pode ou elevar ou menosprezar a condição humana. Eu assumiria que acontece o mesmo com qualquer coisa que você faça – você tenta elevar algo e talvez um dia você consiga.” Um ator pode de verdade ter a habilidade de nos erguer, mas o Rob começa a falar em sussurros cada vez que ele balbucia a palavra ator ou qualquer variação dela. 


Rob, você sabia que cada vez que você fala ator ou atuação você baixa a sua voz quaso a um sussurro?
Ele fica genuinamente surpreso “É mesmo?”

Sim, tão baixo, que é quase como se você falasse Negro.
Ele ri e se anima. “E se estivermos atuando no papel de Negros? Estaríamos f*didos – não daria para escutar nada…”
 
Cerveja No. 4
Rob pede ao garçom outra cerveja. Ele está falando sobre um tio que trabalhava em uma fábrica de aço em na cidade de Yorkshire onde seu pai cresceu. O pai de Rob e os outros tios se mudaram de lá assim que se tornaram velhos o suficiente, mas o mais velho dos irmãos ficou lá a sua vida toda.
“Estavam destruindo casa, ruas inteiras de casas. E meu pai perguntou a ele, ‘Por que ficar?’ Ele disse ‘Quem vai cuidar da nossa mãe?’ e eu estava pensando, Jesus Cristo deve ter algo arrado com o meu lado emocional, porque não sei se eu faria esse tipo de sacrifício. A única conexão de relevância foi com o meu cachorro. Minha relação com o meu cachorro, é ridículo.
“Acho que você precisa se liberar do que você pensa de você mesmo para fazer qualquer tipo de arte. Eu costumava tocar música o tempo todo, e a parte mais incrível era a liberdade de me dar um chute na bunda, relaxar e me surpreender.”
Ele tentou se libertar um pouco na sessão de fotos para essa entrevista – não foi fácil.
“Eu odeio mesmo vaginas. Eu sou alergico a vagina. Mas não posso dizer que não sabia, porque era uma sessão de fotos de 12 horas, então você meio que imagina que essas modelos vão ficar nuas por tipo, cinco ou seis horas. Mas não estava exatamente preparado. Não fazia idéia do que dizer a essas meninas. Graças a Deus eu estava de ressaca.”

Sua mãe vai falar alguma coisa a respeito?
“Oh, Deus.” Ele coloca a cabeça nas mãos. “Bem, ela gostou bastante quando eu dei a tv a cabo pra ela.” Não é que a mãe do Rob agora passe todas as noites assistindo o ‘Sexytime’ na sua casa em Londres. “Não, não! Deus, não! É só que tem nudez por tudo agora. Mas nessas fotos é uma nudez dos anos 80, sabe? E se você olhar pornografia dos anos 80 tinha uma certa inocência, quase doçura nela – como uma comunidade nudista. As pessoas que faziam gostavam, e tinham respeito por isso. Nem perto da pornografia disponível hoje. Não tem comunidade nenhuma nisso. É só tudo em todos lugares.”

Doces
No Reino Unido, Smarties são feitos de chocolate e são tipo M&M’s de cores esquisitas como lilás e turquesa mas de certa forma mais delicioso. Rob não é um cara que goste de sobremesas, ainda assim ele vasculha rapidamente o meu último pacote de Smarties. “Incrível. Eu já comi uns 5.000 disso aqui já. Viu com que você tem que lidar?”
Em Remember Me ele interpreta um cara cujos problemas são parecidos com os seus. Tyler é um jovem que se esconde dentro de si mesmo, mas então ele conhece uma mulher, entra num conflito interno e deve decidir se quer seguir no seu aprisionamento ou sair para a vida e para o mundo.
“Tyler é tão consciente de suas ações. Mas ele não faz idéia se elas valem alguma coisa ou não. Você pode ser alguém se você vive numa bolha? Ele está preso no meio. Ao mesmo tempo, ele tem sorte de ter a oportunidade. O conflito é inato em uma pessoa de sorte.”
 
O que te atraiu no papel?
“Eu sou uma pessoa de sorte. Graças a Deus. E eu tenho conflitos. Graças a Deus.”
Ele me conta de um livro que ele leu chamado Eat the Rich, de P.J. O’Rourke (nota: P.J. foi casado brevemente com a minha irmã, mas Rob não tinha nem idéia). Chamou a atenção dele uma parte que dizia algo tipo: A riqueza de um homem não significa a pobreza de outro homem – e vice versa. Rob se sente um pouco envergonhado de esboçar essa idéia.
Ele fica na dúvida se deve se sentir culpado, se deve aproveitar tudo, ou os dois. O fato é que não existem regras para uma vida táo extraordinária quanto a que ele leva hoje. Ele me conta uma história sobre elefantes. Não a dos elefantes de Barcelona – sobre uns que ele encontrou recentemente na Califórnia.
“Sabia que elefantes ronronam? É totalmente assustador se você não sabe o que é. Eles ronronam como gatos, mas a cabeça deles é tão grande que parece velociraptors. Dá pra sentir no chão de baixo de seus pés. Então essa grande fêmea começou a cheirar o meu pé – uma grande elefante fêmea, quer dizer. Ela cheirou com tanta força que ele saiu do chão como se a sua tromba fosse um aspirador de pó. Daí ela botou meu corpo todo na boca. Eu tava segurando na cabeça dela e conforme eu fui soltando ela foi cuidadosamente segurando mais forte até que eu fiquei de cabeça pra baixo na boca dela ela vasculhava os meus bolsos com a tromba, procurando bablinhas. Foi o melhor dia da minha vida.”

Então você deixou o seu controle de lado para um elefante, foi apalpado, roubado, suas balas vasculhadas e foi glorioso?
“Sim. Tão lindo que você não pode imaginar. E o bebê elefante ficou tão animado que espirrou água e fez uma dancinha de cinco segundos e depois se dobrou para reverenciar todo mundo. Ele tava de verdade rindo. Brilhante. Você sabia que eles também fazem imitação de outros animais? Cavalo, galinha, macaco – esses elefantes sabiam pelo menos. Eles são elefantes de cinema. Um escreveu um roteiro, e outro quer mesmo dirigir.”
Ele ri. Ele estava em Los Angeles, negociando para estrelar com Sean Penn em Water for Elephants, uma adaptação do livro de Sara Gruen. Os elefantes são atores como ele, e ele pondera se ele é em algum nível cósmico igual a eles.
“Você sabe como eles morrem? O cara dos elefantes me contou que os molares deles entram pra dentro de tanto comer madeira mas que eles se regeneram umas seis vezes. E depois disso eles morrem de fome. O que é intrigante, mas ao mesmo tempo deve ser isso que dá a eles tempo de irem até o cemitério de elefantes. Eles são criaturas incrivelmente programadas. Quer dizer, as pessoas se estendem por tempo demaaais. Se eu soubesse disso quando os meus dente cairam… era isso… Uau… O melhor dia da minha vida. Lindo. Lindo dia.”
Uns momentos depois, Rob anuncia que vai pegar um taxi para ir pra casa e pede licença. 

Posso caminhar com você? Não gosto de você saindo lá fora sozinho.
“Eu vou ficar bem.”

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